Grande Prêmio do Cinquentenário: mudanças entre as edições

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Edição das 11h07min de 15 de junho de 2020

O Grande Prêmio do Cinquentenário foi uma prova automobilística promovida pelo Departamento de Automobilismo do Grêmio em parceria com o Automóvel Clube do Rio Grande do Sul.

Os preparativos

A prova originalmente estava marcada para o dia 18 de outubro de 1953, mas foi transferida para o dia 25 devido às chuvas. Alguns dias antes da data original, a imprensa publicava que a arrecadação já atingia a marca de Cr$ 500.000,00, um recorde para eventos esportivos realizados no Rio Grande do Sul até aquele momento. Todos os ingressos disponíveis foram vendidos. O público real, no entanto, provavelmente foi menor do que o previsto, já que, no final de semana seguinte, as chuvas continuavam castigando Porto Alegre. A prova seria dividida em duas categorias, uma para carros de até 1.200 cilindradas e uma para carros com força livre. A força livre era a grande atração do evento, pois pela primeira vez carros de grand prix se apresentariam em Porto Alegre. As despesas de transporte dos pilotos e de suas máquinas, além de suas estendidas estadias, foram arcadas inteiramente pelo Grêmio.[1] Curiosamente, entre as duas datas, cogitou-se inclusive a participação de Juan Manuel Fangio, então já campeão mundial de Fórmula 1, e de Chico Landi.

Os pilotos

Embora as inscrições de Fangio e Landi não tenham se confirmado, os porto-alegrenses poderiam ver de perto, pelo menos, um piloto com experiência na Fórmula 1. Gino Bianco, que havia corrido quatro provas no ano anterior, tinha presença confirmada com seu Maserati. Os demais inscritos eram os seguintes:

Até 1.200 cilindradas

Piloto Cidade Carro
3 Uruguai Óscar Mario "Bocha" Gonzalez Montevidéu Simca 8
4 Brasil Lídio Erner Porto Alegre, RS Simca 8
9 Uruguai Modesto Balcarce Simca 8
10 Brasil Lupiscínio Vieira Porto Alegre, RS Simca 8
12 BrasilGabriel Ricci Cuchiarelli Porto Alegre, RS Austin
14 Brasil Willy Beck Tybusch Porto Alegre, RS Simca 8
16 Brasil Luiz Lazzarini Porto Alegre, RS Renault
32 Brasil Osvaldo Moura Nascimento Porto Alegre, RS Simca 8
40 Brasil Aldo Costa Porto Alegre, RS Simca 8
56 Brasil Oddone Greco Porto Alegre, RS Fiat
76 Brasil Karl Iwers Porto Alegre, RS DKW
78 Brasil Ariosto Rego Porto Alegre, RS Simca 8
84 Brasil Odoaldo Reginato Porto Alegre, RS Simca 8
88 Brasil Darci Pozzi Porto Alegre, RS Simca 8
90 Brasil Salvi Dias Hernandes Porto Alegre, RS Simca 8
96 Brasil Julio Pinheiro Rocha Porto Alegre, RS Simca 8
Brasil Irany Almeida Chaves Porto Alegre, RS Simca 8
Brasil Angelo Juliano SP Fiat
Uruguai Andres Stefano Fiat
Uruguai Armando Castandevet Simca 8

Força Livre

Piloto Cidade Carro
6 Brasil Henrique Cassini RJ Ferrari
8 Brasil Catharino Andreatta Porto Alegre, RS Maserati
10 Brasil Jayr de Mello Viana SP Ferrari
12 Brasil Benedicto Lopes Rio de Janeiro, RJ Maserati
14 Uruguai Óscar Mario "Bocha" Gonzalez Montevidéu Allard J2-Cadillac
15 Brasil Arthur Souza Costa RJ Ferrari
18 Brasil Gino Bianco Rio de Janeiro, RJ Maserati
20 Brasil Rafael Gargiulo São Paulo, SP Ford
22 Brasil Luiz Valente São Paulo, SP Ford
25 Uruguai Asdrúbal Esteban Fontes "Pocho" Bayardo Pan de Azúcar Chevrolet
34 Brasil José Otero Bagé, RS Cunningham

O circuito

As provas se realizariam no chamado Circuito Farroupilha. O traçado tinha em torno de 3 km, no entorno do Parque Farroupilha, e havia sido bolado alguns anos antes pela já extinta Associação Rio-grandense de Volantes (ARVO). A largada e a chegada se davam no início da Rua José Bonifácio e os carros corriam no sentido anti-horário. Os boxes ficavam no antigo Posto Sagol, na esquina da José Bonifácio com a João Pessoa. Nos dias de espera pela prova, o local foi muito frequentado pelo público, que queria ver de perto os carros de grande prêmio. Oito arquibancadas foram montadas dentro do parque, além de duas passarelas, que deveriam permitir que as pessoas atravessassem as ruas em segurança enquanto as corridas estivessem sendo realizadas.[2]

As provas

Até 1.200 cilindradas

A largada da prova preliminar, de 25 voltas, foi dada às 9h. Ângelo Juliano e Lupiscínio Vieira saltaram a frente, mas na primeira curva, no final da José Bonifácio, o piloto gaúcho derrapou e levou junto o paulista. Com a confusão, "Bocha" Gonzalez assumiu a liderança, com o compatriota Modesto Balcarce como escudeiro. Ao longo da sequência da prova, o único piloto que chegou a ameaçar a liderança dos uruguaios foi Aldo Costa, que acabou abandonando por um pistão quebrado. Já no final da prova, Balcarce acabou rodando e permitiu a ultrapassagem de Lupiscínio Vieira. Gonzalez venceu a prova com facilidade, administrando a perigosa pista molhada.

Força Livre

Com atraso, a largada para as 40 voltas da prova principal foi dada às 11h20. O anfitrião Catharino Andreatta largou na frente e manteve a liderança nas três primeiras voltas, quando teve que abandonar a prova por problemas mecânicos. Com a desistência de Andreatta, Henrique Cassini e Óscar Gonzalez (que havia vencido a primeira corrida) ficaram sem adversários na liderança. Na nona volta, a barra da direção do Allard de Gonzalez quebrou, facilitando muito a vitória de Cassini. A prova foi completada a relativa baixa velocidade, com apenas os dois primeiros colocados na mesma volta.

Os pódios

Até 1.200 cilindradas

Piloto Carro Tempo
1 Uruguai Óscar Mario "Bocha" Gonzalez Simca 8 1h 07min 17s
2 Brasil Lupiscínio Vieira Simca 8
3 Uruguai Modesto Balcarce Simca 8

Força Livre

Piloto Carro Tempo
1 Brasil Henrique Cassini Ferrari 1h 38min 58s
2 Brasil Jayr de Mello Viana Ferrari
3

A premiação

Os prêmios foram entregues na noite do domingo, num galeto oferecido pelo Grêmio aos pilotos e patrocinadores. O anfitrião foi o presidente gremista Saturnino Vanzelotti, que, alguns anos mais tarde, seria presidente também do Automóvel Clube do Rio Grande do Sul.

  1. Menegaz, Gilberto. Automobilismo Gaúcho: Levantando Poeira. Tempo e Memória. São Paulo, 2002.
  2. Menegaz, Gilberto. Automobilismo Gaúcho: Levantando Poeira. Tempo e Memória. São Paulo, 2002.