Mário Sérgio Pontes de Paiva
Mário Sérgio | |||
Informações pessoais | |||
Nome Completo | Mário Sérgio Pontes de Paiva[1] | ||
Nascimento | 7 de setembro de 1950[2] | ||
Local de nasc. | Rio de Janeiro, RJ, Brasil | ||
Pé | Canhoto | ||
Apelido | Vesgo | ||
Dados adicionais | |||
Clube atual | Ex-atleta | ||
Posição | Trenador, Meia | ||
Clubes de juventude | |||
Anos | Clubes | ||
1969 | Flamengo | ||
Clubes profissionais | |||
Anos | Clubes | Jogos | Gols |
1969–1971 | Flamengo | 12 | (03) |
1971–1975 | Vitória | 82 | (06) |
1975–1976 | Fluminense | 14 | (00) |
1976–1979 | Botafogo | 20 | (03) |
1979 | Rosario Central | 02 | (00) |
1979–1981 | Internacional | 53 | (04) |
1981–1982 | São Paulo | 11 | (01) |
1982–1983 | Ponte Preta | 07 | (01) |
1983 | Grêmio | 12 | (02) |
1984 | Internacional | 08 | (01) |
1984–1985 | Palmeiras | 11 | (01) |
1986 | Botafogo-SP | 00 | (00) |
1986 | Bellinzona | 00 | (00) |
1987 | Bahia | 01 | (00) |
Seleção nacional | |||
Anos | Seleção | Jogos | Gols |
1981-1985 | Brasil | 08 | (00) |
Equipes que Treinou | |||
Anos | Seleção | Jogos | (Aprov.) |
1987 | Vitória | ||
1993–1995 | Corinthians | ||
1998 | São Paulo | ||
2001 | Vitória | ||
2001 | Atlético-PR | ||
2002-2003 | São Caetano | ||
2003–2004 | Atlético-PR | ||
2004 | Atlético-MG | ||
2007 | Figueirense | ||
2007 | Botafogo | ||
2008 | Atlético-PR | ||
2008 | Figueirense | ||
2009 | Portuguesa | ||
2009 | Internacional | ||
2010 | Ceará |
Mário Sérgio Pontes de Paiva, também conhecido como Mário Sérgio (Rio de Janeiro-RJ, 7 de setembro de 1950 - Cerro Gordo, Colômbia, 28 de novembro de 2016), foi um comentarista, treinador e ex-futebolista brasileiro que atuava como meia. Iniciou sua carreira esportiva no futsal do Fluminense, fazendo parte das categorias de base do Flamengo.
Mário Sérgio foi Campeão do Mundo, Campeão Brasileiro e multicampeão estadual. Foi ídolo do Vitória, sendo um dos poucos jogadores na história considerado ídolo de Grêmio e Internacional. Faleceu em 28 de novembro de 2016 em um trágico acidente de avião que comoveu o país, onde muitos da delegação da Chapecoense, jornalistas e demais tripulantes acabaram falecendo.
Vida pessoal
Mário Sérgio iniciou sua carreira esportiva no futsal, mas abandonou a carreira para trabalhar em uma empresa de computação. Concluiu o curso científico e pretendia ingressar na graduação em processamento de dados quando passou em um teste no Flamengo, sendo contratado pelo clube carioca.
Era conhecido pelo temperamento forte e técnica apurada. Foi criticado por alguns pelo individualismo, associado ao início no futsal, ao mesmo tempo em que era elogiado pelas atuações de alta qualidade e jogadas magistrais, tanto que lhe foi atribuído o apelido de Vesgo, por olhar para um lado e tocar a bola para outro.
Teve grande identificação com a torcida do Grêmio, onde foi campeão mundial, entre outros títulos; e do Internacional, onde foi campeão brasileiro invicto, entre outros títulos. No Grenal das Faixas, vestido com a camisa do Internacional e com a faixa de Campeão do Mundo pelo Grêmio, foi ovacionado por ambas as equipes.
“ | Na hora de trocarmos as faixas, pensei: ‘Poxa, alguém aí vai me vaiar, gremista ou colorado, não vai ter jeito’. No fim, eu, com a camisa do Inter e a faixa de campeão do mundo pelo Grêmio, acabei aplaudido pelas duas torcidas. Me emocionei barbaridade. | ” |
Em 28 de novembro de 2016, quando cobria a Chapecoense como comentarista da final da Copa Sul-Americana, acabou sendo vítima da tragédia do Voo 2933 da LaMia, sendo um dos 71 mortos no acidente. Foi lembrado com carinho pelo técnico campeão do mundo, Valdir Espinosa[3], em entrevista para a Rádio Gaúcha logo após o acidente, quando relembrou os velhos tempos de jogador, época em que foram companheiros no Vitória, além de exaltar a técnica e a pessoa que foi o ex-jogador.
O jogador
Começo de carreira
Mário Sérgio iniciou sua carreira no futsal do Fluminense, esporte que praticou por sete anos até abandonar as quadras para se dedicar a carreira de processador de dados. Em 1969 foi estimulado por amigos a realizar testes no Flamengo, onde fez os testes e foi aprovado para a equipe as categorias de base do clube rubro-negro. Apesar da técnica, Mário Sérgio era criticado pelo "vício de fominha", advindo do período em que atuou no futsal. Logo no seu segundo ano de Flamengo, foi campeão do Campeonato Carioca de Aspirantes, sendo promovido para o time profissional em 1970. Atuando pelo elenco principal, acabou não tendo espaço no time comandado pelo técnico Yustrich, com o qual não possuía boa relação, o que culminou na sua saída conturbada do Flamengo em 1971
Vitória
No Vitória, Mário Sérgio obteve grande destaque no ano de 1972, quando ao lado de André Catimba formou o que muitos consideram como a melhor dupla de ataque da história do clube baiano. Além de Catimba, que também faria história no Grêmio, Mário Sérgio jogou com outro grande nome da história do Tricolor, o técnico campeão do Mundo, Valdir Espinosa, com quem morou e teve grande amizade no período de jogador, afinidade que se manteve ao longo dos anos.
Enquanto atuou na equipe baiana, Mário Sérgio foi duas vezes ganhador do Bola de Prata, da revista Placar. Em 1973 conquistou a honraria jogando como ponta-esquerda, já em 1974, após ótima temporada atuando como armador, repetiu a conquista individual. Pelo Vitória, Mário Sérgio foi Campeão Baiano de 1972, marcando inclusive um dos gols da vitória de 3x1 sobre o Bahia.
Rio e Argentina
Após grande passagem pelo Vitória, Mário Sérgio foi vendido ao Fluminense, sendo um dos nomes da Máquina Tricolor, juntamente com Rivelino, Paulo César, Gil, Manfrini e Edinho, em equipe que se sagrou campeã do Campeonato Carioca de 1975 sobre o Botafogo. Apesar do título estadual, Mário Sérgio acabou deixando o Fluminense após desavenças com o então presidente do Tricolor Carioca, Francisco Horta. No ano seguinte, foi contratado pelo Botafogo, onde jogou de 1976 até 1979.
Jogando pelo Time da Estrela Solitária, Mário Sérgio acabou sofrendo com uma contusão no joelho, tendo ficado afastado dos gramados por quatro meses. Por um erro de avaliação, foi forçado a voltar aos gramados antes de um regular período de recuperação, o que acabou prejudicando de sobremaneira seus meniscos. Tais fatos geraram desavenças com dirigentes do Botafogo, o que culminou com sua transferência para o Rosário Central da Argentina, em 1979, clube onde teve curta passagem devido ao temperamento forte e o período afastado de sua esposa, que cursava de engenharia no Brasil.
Internacional
A pedido de Paulo Roberto Falcão, foi adquirido pelo Internacional, onde recuperou seu futebol e evoluiu de forma substancial. Foi peça importante da equipe colorada, participando da conquista do Campeonato Brasileiro de Futebol de 1979, vencido pelo alvi-rubro de forma invicta. Em 1980 levou o clube colorado à final da Copa Libertadores da América, tendo sido o principal nome da equipe vermelha após saída de Falcão para a Itália e vencendo o Bola de Prata daquele ano. Permaneceu no Internacional até 1981, conquistando o Campeonato Gaúcho daquele ano.
Retorno ao Internacional
No ano de 1984, Mário Sérgio retorna ao Internacional. Contratado um dia antes do mítico Grenal das Faixas e recém campeão do Mundo pelo Imortal, participou do Grenal atuando pelo Internacional. Apesar do reforço do ídolo, o Interacional acabou derrotado pelo placar de 4x2, gols gremistas de Renato Portaluppi, Osvaldo, Caio e Paulo César; e gols colorados de Bonamigo, contra, e Rubén Paz.
Na segunda passagem pelo Internacional, não conseguiu repetir o sucesso da primeira passagem, apesar de conquistar o bicampeonato gaúcho em 1984.
Clubes paulistas
Após sair do Internacional em 1981, Mário Sérgio se transferiu para o São Paulo, estreando pelo clube paulista em 16 de agosto. Mário Sérgio teve grandes atuações, sendo um dos principais nomes da vitória por 6x2 do São Paulo sobre o Palmeiras, em jogo válido pelo Campeonato Paulista de 81, em 4 de outubro. Aparentemente por falta de adaptação ao esquema tático do time paulista, comandado por José Poy, Mário Sérgio acabou deixando o Tricolor Paulista ao final de 1982. Na Ponte Preta, participou de um time montado com jogadores consagrados ou com considerável reputação no futebol nacional, mas não conseguia repetir as atuações que lhe rendiam um status de atleta diferenciado.
Grêmio
Por indicação do grande técnico gremista, Valdir Espinosa, o Grêmio acabou contratando Mário Sérgio exclusivamente para a disputa do Mundial de Clubes no ano de 1983, jogando apenas algumas partidas do Campeonato Gaúcho daquele ano. O jogador, que veio a contragosto de alguns dirigentes, foi bancado por Espinosa, que confiava na sua qualidade e importância para a conquista do maior título da história do Grêmio.
“ | Ninguém queria o Mário Sérgio no Grêmio. Eu que insisti. Na primeira vez que falei, todo mundo pipocou: 'Ah, ele é isso, aquilo, é bagunceiro...'. Mas eu conhecia ele. Joguei com ele, morei com ele. Eu reconhecia nele a sua qualidade extraordinária. Jogar contra alemão só com força não adianta. Tem que ter técnica para contrapor. Precisávamos do Mário Sérgio. | ” |
Por fim, os dirigentes gremistas cederam ao pedido de Valdir e contrataram o meia habilidoso, mas "bagunceiro", como os próprios o intitulavam. A decisão sem dúvidas se mostrou acertada, eis que Mário Sérgio acabou sendo um dos grandes nomes da partida contra o Hamburgo, juntamente com Renato Portaluppi, que viria a marcar os dois gols do jogo. O meia fez lançamentos precisos e usou sua habilidade para deixar os marcadores desorientados, sendo amplamente citado pela narração da Rádio Guaíba[4] como o Homem do Jogo, até a marcação dos gols por Renato. Apesar de fazer grande partida pelo Grêmio na final do Mundial, não teve seu contrato renovado, retornando no ano seguinte ao Internacional.
Palmeiras
Após sair do Internacional, Mário Sérgio foi transferido ao Palmeiras, clube que anos antes tinha sido sua vítima, na goleada por 6x2 no clássico contra o São Paulo. O Alvi-verde, que cobiçava o título do Campeonato Paulista de 1984, foi conduzido rumo à pretensão graças as ótimas atuações do meia, mas acabou flagrado em um exame anti-doping e foi punido com a suspensão de seis meses. Na oportunidade do doping, a partida em questão foi disputada contra o São Paulo, sendo que há relatos de espectadores e jornalistas de que o médico Marco Aurélio Cunha, do São Paulo, teria oferecido uma soda limonada ao jogador, levantando a suspeita de que ali teria havido a ingestão da substância proibida, sendo cocaína. O Palmeiras acabou perdendo os pontos, mas não recorreu da decisão, apesar dos rumores.
Fim da carreira de jogador
Após sair do Palmeiras em 1986, Mário Sérgio se transferiu para o Botafogo-SP e, posteriormente, para o Bellinzona, da Suíça. Em ambas as passagens não obteve sucesso. Depois de um período rápido na Europa, Mário Sérgio retorna ao Brasil para defender o Bahia, rival do time em que era ídolo, o Vitória. Pelo clube baiano disputa partidas sem regularidade, acabando por anunciar o fim da carreira no vestiário, no intervalo de jogo, após ótima atuação no primeiro tempo.
Seleção Brasileira
Convocado pela primeira vez em 1981, Mário Sérgio participou de jogos pela Seleção Brasileira nos anos de 1982 e 1985. No total, fez oito partidas pelo Brasil, mas não chegou a marcar gols. Foi considerado para participar da Copa do Mundo de 1982, mas acabou cortado da relação final de atletas por ser considerado indisciplinado, sendo substituído por Eder, do Atlético-MG.
Como treinador
Mário Sérgio iniciou sua carreira de treinador no Vitória, em 1987. Dirigindo também outros grandes clubes como o Corinthians, São Paulo, Atlético-MG, Atlético-PR, Botafogo e Internacional.
Como dirigente
Mário Sérgio foi diretor de futebol do Grêmio no ano de 2005.
Estatísticas
Jogador
Equipe | Temporada | Campeonato estadual |
Campeonato nacional |
Copa nacional |
Competições internacionais |
Competições amistosas |
Total | ||||||
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Jogos | Gols | Jogos | Gols | Jogos | Gols | Jogos | Gols | Jogos | Gols | Jogos | Gols | ||
Grêmio | |||||||||||||
1983 | 10 | 02 | 00 | 00 | – | 01 | 00 | 01 | 00 | 12 | 02 | ||
Total | 10 | 02 | 00 | 00 | 00 | 00 | 01 | 00 | 01 | 00 | 12 | 02 | |
Seleção Brasileira |
1981 | – | – | – | 00 | 00 | 02 | 00 | 02 | 00 | |||
1982 | – | – | – | 00 | 00 | 03 | 00 | 03 | 00 | ||||
1985 | – | – | – | 00 | 00 | 03 | 00 | 03 | 00 | ||||
Total | – | – | – | 00 | 00 | 08 | 00 | 08 | 00 | ||||
Total | 10 | 02 | 00 | 00 | 00 | 00 | 01 | 00 | 09 | 00 | 20 | 02 |
* Atualizado em 29 de novembro de 2016.
Todos os jogos de Mário Sérgio pelo Grêmio
Títulos
Como jogador
- Flamengo
- Campeonato Carioca de Aspirantes: 1970
- Taça Guanabara: 1970
- Troféu Ponto Frio Bonzão: 1971
- Troféu Marechal Mendes de Morais: 1970
- Troféu Ary Barroso: 1970
- Troféu Pedro Pedrossian: 1971
- Taça Presidente Mécidi: 1971
- Vitória
- Campeonato Baiano: 1972
- Fluminense
- Botafogo-RJ
- Internacional
- Campeonato Brasileiro: 1979
- Campeonato Gaúcho: 1981 e 1984
- Copa Kirin: 1984
- Torneio Heleno Nunes: 1984
- São Paulo
- Campeonato Paulista: 1981
- Grêmio
- Seleção Brasileira de Masters
- Copa Pelé - Copa do Mundo de Masters: 1991
Premiações
Referências
- ↑ terceirotempo.bol.uol.com.br/
- ↑ br.sambafoot.com: Detalhes do treinador
- ↑ http://zh.clicrbs.com.br/rs/esportes/gremio/noticia/2016/11/depois-de-acidente-aereo-valdir-espinosa-relembra-amizade-com-mario-sergio-8540046.html
- ↑ https://www.youtube.com/watch?v=XENX40LAfSs&index=1&list=PLymkvBNyk9STXnDyVpqQE-fl1_zFSHEIq