Predefinição:História de Luiz Carlos Tavares Franco
História
Criado no bairro de Madureira na cidade do Rio de Janeiro, Caio teve uma infância humilde. A família tinha mais quatro filhos além de Caio, e o pai, Valter Franco, era fotógrafo. Quando garoto, Caio atuava pelas categorias infantis do Brasil Novo, clube do bairro do Madureira, do qual o seu pai era sócio. Em partida amistosa entre Brasil Novo e Botafogo, Caio teve ótimo desempenho e chamou a atenção de Joca e Joel, treinadores do dente-de-leite do Botafogo. Imediatamente foi levado para treinar no Botafogo. Para treinar, pegava o trem de Madureira até a Central do Brasil, indo em seguida para o campo do Botafogo. Foi incentivado pelo seu pai, botafoguense, a frequentar o chamado dente-de-leite do alvinegro. Ficou ali dos 11 aos 19 anos, onde foi subindo de categoria (dente de leite, juvenil e profissionais). Conciliava os treinos com os estudos, no Colégio Piedade e posteriormente na Faculdade Gama Filho.
Botafogo
Iniciou a sua carreira profissional no Botafogo como ponta-direita. Estreou no dia 23 de maio de 1975, na derrota para o América em pleno Estádio do Maracanã, pelo Campeonato Carioca daquele ano. Porém, o jovem Caio não encontrou espaço no alvinegro, pois o time da época contava com ótimo elenco, tendo craques como Zequinha, Gérson e Afonsinho. Jogou apenas essa partida pelo Botafogo e foi emprestado ao Madureira por indicação de Zequinha.
Madureira
Pelo Madureira, estreou justamente contra o seu ex-clube, o Botafogo, na derrota por 3 a 0 para o alvinegro carioca. Caio foi um dos destaques da equipe no Campeonato Carioca, apesar do Madureira não ter bom desempenho. Naquele ano o Campeonato Carioca contava com craques como Adílio, Andrade, Zico e Roberto Dinamite. Então ponta-direita, passou quase dois anos na equipe da Rua Conselheiro Galvão, antes de transferir-se, em 1977, aos 22 anos, ao Moto Club, por intermédio do Coronel Santana, que havia sido treinador do Maranhão Atlético Clube e que havia conhecido Caio durante um jogo no Rio de Janeiro.
Moto Club
Caio já deixou a capital carioca com o contrato assinado, após ganhar passe livre no clube carioca. Chegou a São Luís em uma quarta-feira à tarde, dia 18 de maio, e à noite já estava nas tribunas do Nhozinho Santos, para acompanhar a vitória do seu novo clube diante do Tupan por 3 a 0. Sua estreia foi uma semana após a sua chegada, contra o Sampaio Corrêa, na decisão do terceiro turno do Campeonato Maranhense. Apesar do Moto Club ser derrotado, Caio teve grande desempenho em sua estreia, levando vantagem no confronto com o lateral adversário, Ferreira. Pelas grandes atuações, caiu nas graças da torcida motense. Naquele ano, o técnico Marçal escalava o time no esquema 4-3-3, e logo acabou mudando a posição de Caio, de ponta-direita para centroavante. Escalação do Moto Club da época: Marão; Célio Rodrigues, Vivo, Irineu e Breno; Tião, Toninho Abaeté (Beato) e Edmilson Leite; Alberto, Paulo César e Caio. Caio foi Campeão Maranhense em 1977 e disputou o Campeonato Brasileiro daquele ano.
A fama de "turista" nasceu por conta do Jornalista Herbert Fontenelle, que o apelidou assim pelo que vinha acontecendo na época com Caio. Caio simplesmente sumia dos treinos e ia ao Rio de Janeiro, mas depois acabava retornando, conversava com Cassas de Lima, dirigente do Moto Club, os problemas se resolviam e retornava aos treinos. Sempre especulava-se que, por falta de acerto no contrato, Caio ia embora para o Rio de Janeiro. Na verdade, segundo o próprio jogador, o que muita gente não sabia era que o atleta estava noivo e ela ainda residia no Rio de Janeiro. Caio morava em uma pensão na capital São Luís e fugia para visitar a noiva. Até que o presidente do clube Pereira dos Santos, do alto da sua autoridade de major da polícia, prometeu mandar prendê-lo após uma nova sumida. Nunca mais Caio desapareceu, enterrando de vez a mania de viajar sem um aviso prévio. O apelido de "turista", porém, permanece até hoje na capital maranhense.
Paysandu
No inicio de 1978, após um jogo amistoso entre Moto Club e Paysandu, onde o próprio Caio foi o autor de um golaço, ele e Paulo César (destaques da partidas), foram por empréstimo ao Paysandu, para as disputas da Taça de Ouro no primeiro semestre daquele ano. Após a eliminação precoce do bicolor na competição, ambos retornaram ao Moto Club para a disputa do Campeonato Maranhense.
Moto Club
Caio retornou a tempo de ver o Moto Club chegar ao vice-campeonato diante do seu maior rival. No dia 27 de junho de 1979, o Moto Club venceu o Vitória do Mar por 8 a 0, em jogo em que o treinador Marçal o havia escalado como meia-esquerda. Caio anotou três gols na partida. A essa altura, já vinha sendo observado por João Avelino, olheiro e auxiliar técnico de Oswaldo Brandão, da Portuguesa de Desportos. Avelino estava nas arquibancadas durante a goleada contra o Vitória do Mar e não teve dúvidas em levar o meia-esquerda (naquele jogo, pois ele no momento já era centroavante) para o Canindé. Quando a Portuguesa o procurou, o atleta já havia conseguido o passe livre, porém, renovou por mais um ano com o Moto Club como gratidão pela passagem pelo rubro-negro. Caio deu ao Moto Club o direito de negociá-lo para um grande centro como o futebol paulista, recebendo os 15% referente à transação para a Lusa.
Portuguesa
Chegou a Portuguesa no andamento do Campeonato Paulista de 1979, quando o treinador Oswaldo Brandão foi mandado embora e João Avelino assumiu o cargo. O clube sofreu uma grande reformulação no elenco, chegando alguns bons jovens atletas para o plantel, como Rui Lima, Quaresma, Cacá, Gerson Sodré e o próprio Caio, que terminou o Campeonato Paulista daquele ano como vice-artilheiro (19 gols), um a menos que Rubem Feijão, do Santos.
Quando retornou de férias em São Luís, em janeiro de 1983, Caio não teve o seu contrato renovado com a Lusa, embora ele tenha sido ídolo do clube e um dos grandes nomes do elenco da Portuguesa. O jogador, então, passou a treinar separadamente do grupo, pois ainda tinha período de contrato a cumprir. Caio ficou na Portuguesa até março de 1983, sem ao menos conseguir deixar a equipe do Canindé entre os quatro primeiros colocados do campeonato paulista durante toda a sua passagem pelo clube. As suas grandes atuações e o seu refinado trato com a bola, porém, foram o suficiente para despertar o interesse do Grêmio, que o levou após uma breve negociação. Foi por empréstimo à equipe de Porto Alegre por intermédio de Wilton, preparador físico que trabalhou no São Paulo e que, na época, trabalhava no clube porto-alegrense.
Grêmio
O tricolor gaúcho precisava com urgência de um centroavante para a disputa da Taça Libertadores de 1983. Contrataram César, que atuava no futebol português, mas não estava rendendo em campo. Diziam ser pela diferença do calendário entre o futebol brasileiro e o de Portugal. A diretoria, então, oficializou a vinda de Caio, que chegou por empréstimo de dez meses e na condição de reserva de César. Na disputa pela titularidade, Caio levou a melhor, pois estava com condicionamento físico adiantado. Foi o centroavante gremista na Copa Libertadores. Vestiu a camisa do Tricolor gaúcho ao lado de nomes como Renato Portaluppi, Mário Sérgio, De León e Tita. O treinador era Espinosa.
Caio foi importante no Grêmio para as conquistas da Copa Libertadores e Mundial de Clubes de 1983. Na final da Libertadores no Estádio Olímpico Monumental, foi dele um dos gols contra o Peñarol do Uruguai. No Mundial em Tóquio, perdeu a condição de titular para o recém chegado Paulo Cézar Caju, que havia sido contratado a pedido do treinador Espinosa. Anos depois Caio revelou que se sentiu contrariado com a situação, pois ele vinha sendo o titular e ajudou o Grêmio a chegar ao Japão. Porém, Caju não aguentou sequer o primeiro tempo e Caio foi logo lançado a campo. E foi Caio o autor da assistência do tento da vitória gremista sobre o Hamburgo, da Alemanha, por 2 a 1. Era um momento de maior glória de sua carreira. Como prêmio pela conquista, a diretoria Tricolor pagou a cada atleta a quantia de seis mil dólares. [1]
Caio saiu da Portuguesa para o Grêmio por empréstimo, com o passe estipulado. Com a proximidade do fim do período de empréstimo, foi contratado em definitivo. Durante partida pela Libertadores de 1984, teve uma distensão na virilha, da qual não conseguiu se recuperar naquele ano. Apesar do prestígio que tinha no Grêmio, Caio resolveu deixar o clube, em dezembro de 1984. O jogador se dizia desacreditado na sua recuperação da lesão e decidiu abandonar os gramados aos 30 anos. O atleta teve propostas de empréstimo para o Santos e Palmeiras, além do Benfica ter tentado sua contratação, mas, com a decisão de abandonar os gramados, nada se concretizou e Caio voltou para o Maranhão.
Moto Club
Ao contrário do que muitos pensam, quando deixou o Grêmio, retornou ao Maranhão para trabalhar em outro ramo – investiu em uma rede de farmácias na cidade. Caio chegou a abrir cinco farmácias, mas os negócios naufragaram. Em uma dessas peladas de fim de semana na praia, para espanto do agora aposentado jogador, ele não sentiu mais a incômoda contusão que o atrapalhara nos gramados.
Tinha parado com o futebol, mas, na época, Mário Carneiro, Cassas de Lima, Ibrahim Assub e outros dirigentes do Moto Club pediram para o jogador atuasse pelo Moto Club novamente. Porém, o Grêmio} ainda era o dono do passe de Caio, sendo assim, não poderia atuar por outra equipe. Mário Carneiro foi até Porto Alegre e conseguiu a liberação do atleta para a sua segunda passagem pelo clube maranhense. Caio assinou um contrato diferente que provocou muitas críticas, onde ele não precisaria viajar e nem se concentrar como os demais jogadores. Estreou pelo Moto Club em 1985.
Em 1986 foi emprestado ao Tuna Luso por seis meses, retornando ao Moto Club após o período. Caio permaneceu no Moto Club até 1989, ano do título maranhense. Após a reapresentação do plantel, em janeiro de 1990, foi realizada uma reunião entre o grupo de jogadores, insatisfeitos com os salários atrasados. Neste encontro, Caio, um dos mais experientes do grupo confrontou o presidente do clube Edmar Cutrim, encerrando, assim, seu vínculo com o Moto Club. Caio assinou em seguida, por revanchismo, com o Sampaio Corrêa, levado pelo então presidente do seu novo clube, Pedro Vasconcelos.
Sampaio Corrêa
Pelo Sampaio Corrêa, foi bicampeão maranhense em 1990 e 1991. Abandonou em definitivo os gramados logo em seguida da conquista do bicampeonato, já com 36 anos.
Treinador no Maranhão
Passou a trabalhar com escolinhas de futebol pelo Cohatrac em São Luís. Foi treinador e auxiliar pela Caxiense, Tupan, Imperatriz, Maranhão e Moto Club. A sua última experiência como treinador foi em 2000, pela equipe do Açailândia, onde encerrou a competição na nona colocação. [2] [3]
Volta ao Rio Grande do Sul
Em 2014, aos 59 anos, Caio estava no Maranhão e trabalhava como taxista, sofrendo de um problema de circulação na perna direita (trombose) que poderia levar a amputação caso não fosse feita uma cirurgia. Como taxista, recebia aproximadamente R$ 1.500,00 mensais e não conseguia pagar pelo procedimento de aproximadamente R$ 15,000.00. O ex-companheiro de Grêmio, Renato Portaluppi, revelou na época que já havia se oferecido para resolver o problema, mas que Caio, por orgulho, havia negado a ajuda. [4] Porém, com a divulgação da notícia, os campeões de 1983, Tarciso, Fábio Koff, De León, Baidek, Renato e Casemiro além do empresário Sérgio Cláudio Madalozzo montaram uma força tarefa para ajudar seu amigo Caio. [5] [6] [7] Caio aceitou a ajuda dos amigos, veio para o Rio Grande do Sul onde fez a cirurgia que precisava e acabou fixando residência em Ivoti onde é zelador dos alojamentos do Sport Club Ivoti, clube administrado pela Globalfut que pertence ao empresário Sérgio Cláudio Madalozzo que o ajudou no momento crítico. [8] [9] [10] [11]
Títulos como jogador
Principais títulos
- 1977 - Campeonato Maranhense (Moto Club)
- 1983 - Mundial Interclubes (Grêmio)
- 1983 - Copa Libertadores da América (Grêmio)
- 1989 - Campeonato Maranhense - 2ª vez (Moto Club)
- 1990 - Campeonato Maranhense - 3ª vez (Sampaio Corrêa)
- 1991 - Campeonato Maranhense - 4ª vez (Sampaio Corrêa)
Outros títulos
Campanhas de destaque